Eu não quero ser uma Ellis Grey
, 16.01.15
Conheço uma Meredith Grey.
Não a actriz da famosa série, mas um caso muitíssimo parecido ao que inspirou Shonda Rhimes a criar a personagem. Uma filha que na realidade quase não teve mãe, porque a mãe, excepcional no seu trabalho, dedicava-se a 100% à Medicina. E no meio da sua azáfama diária, pouco via a filha, que cresceu numa adolescência rebelde e acabou ela própria por decidir ser médica - com a consciência de que não iria querer ser uma mãe como a sua. Agora, a mãe que foi médica-a-tempo-inteiro, foi prematuramente afastada da profissão pela mesma razão da excepcional cirurgiã Grey da série, e é a filha que vai percorrer o caminho da mãe, esperando fazer melhores escolhas.
Este e outros casos que conheço levam-me sempre a repensar os meus dias e as minhas escolhas. Adoro a minha profissão, mas a coisa mais importante da minha vida são definitivamente os meus filhos. Fui muito criticada por decidir engravidar durante o internato, e tive de ouvir mil-e-um sermões por gozar os meus direitos, contemplados na lei, de deixar de fazer urgência nocturna a partir de um determinado tempo de gravidez, gozar licença de amamentação e ficar em casa com os meus filhos quando eles estão doentes. E muitos estranhavam porque é que eu não queria trabalhar noutros sítios durante o internato.
Temos de fazer escolhas na vida, é inquestionável.
E tentar gerir o nosso tempo o melhor possível.
Desde o momento que decidi ter filhos (ou antes ainda), decidi que queria ser a melhor mãe possível para eles. Que queria ser uma mãe presente.
Tenho consciência que tenho uma profissão muito exigente, mas não há nada melhor que os poder ir buscar cedo à escola, conversarmos sobre o dia que passou, brincarmos juntos ao chegar a casa, dar-lhes banho, jantarmos juntos (excepto o dia de urgência, que eles já sabem que é o dia em que a mãe-fica-a-ajudar-os-bebés-a-nascer e é o pai que trata de tudo).
Isto implica fazer o horário no hospital e limitar o que poderia fazer fora dele, de forma a ter tempo disponível para mim e para os meus filhos. Por isso, não tenho um carro topo de gama, nem empregada interna, nem vivo numa maravilhosa moradia, nem visto Chanel.
Mas estou presente. Conheço os meus filhos. Brincamos juntos mais do que os 10 minutos que os pediatras tanto apregoam como "o mínimo". Estive presente nos momentos importantes - e espero estar sempre.
Não. Eu não quero ser uma Ellis Grey.
Não a actriz da famosa série, mas um caso muitíssimo parecido ao que inspirou Shonda Rhimes a criar a personagem. Uma filha que na realidade quase não teve mãe, porque a mãe, excepcional no seu trabalho, dedicava-se a 100% à Medicina. E no meio da sua azáfama diária, pouco via a filha, que cresceu numa adolescência rebelde e acabou ela própria por decidir ser médica - com a consciência de que não iria querer ser uma mãe como a sua. Agora, a mãe que foi médica-a-tempo-inteiro, foi prematuramente afastada da profissão pela mesma razão da excepcional cirurgiã Grey da série, e é a filha que vai percorrer o caminho da mãe, esperando fazer melhores escolhas.
Este e outros casos que conheço levam-me sempre a repensar os meus dias e as minhas escolhas. Adoro a minha profissão, mas a coisa mais importante da minha vida são definitivamente os meus filhos. Fui muito criticada por decidir engravidar durante o internato, e tive de ouvir mil-e-um sermões por gozar os meus direitos, contemplados na lei, de deixar de fazer urgência nocturna a partir de um determinado tempo de gravidez, gozar licença de amamentação e ficar em casa com os meus filhos quando eles estão doentes. E muitos estranhavam porque é que eu não queria trabalhar noutros sítios durante o internato.
Temos de fazer escolhas na vida, é inquestionável.
E tentar gerir o nosso tempo o melhor possível.
Desde o momento que decidi ter filhos (ou antes ainda), decidi que queria ser a melhor mãe possível para eles. Que queria ser uma mãe presente.
Tenho consciência que tenho uma profissão muito exigente, mas não há nada melhor que os poder ir buscar cedo à escola, conversarmos sobre o dia que passou, brincarmos juntos ao chegar a casa, dar-lhes banho, jantarmos juntos (excepto o dia de urgência, que eles já sabem que é o dia em que a mãe-fica-a-ajudar-os-bebés-a-nascer e é o pai que trata de tudo).
Isto implica fazer o horário no hospital e limitar o que poderia fazer fora dele, de forma a ter tempo disponível para mim e para os meus filhos. Por isso, não tenho um carro topo de gama, nem empregada interna, nem vivo numa maravilhosa moradia, nem visto Chanel.
Mas estou presente. Conheço os meus filhos. Brincamos juntos mais do que os 10 minutos que os pediatras tanto apregoam como "o mínimo". Estive presente nos momentos importantes - e espero estar sempre.
Não. Eu não quero ser uma Ellis Grey.