O (des)equilíbrio
, 25.02.15
Apetece passar o tempo inteiro com eles, voltar ao tempo em que mães eram só mães, que tinham tempo para os filhos, para levá-los à escola, para os trazer a casa para almoçarem, para lhes ensinar as coisas do dia-a-dia, como cozinhar, pintar ou costurar. Para ler um livro com tempo, daqueles com 500 páginas. Coisas que nesta vida moderna nos passam ao lado.
Nestes últimos anos, nós mulheres, lutámos e continuamos a lutar pelo nosso lugar nesta sociedade de trabalho - e eu adoro o meu trabalho. Mas temos de ser mulheres-trabalhadoras e mães, que equivale a acumular funções sem que os dias tenham aumentado.
Fico com o coração apertado durante o telefonema, explico porque é que a mãe está a trabalhar e mentalizo-me que estou a fazer uma coisa boa, que foi aquilo que quis, que no dia seguinte os vou compensar.
Mas é um equilíbrio extremamente difícil, este de ser mãe e ter uma profissão exigente. E há mesmo dias em que só me apetecia ser uma mãe como antigamente.