Separação
, 27.07.17
Há coisas na vida que são inevitáveis.
Por mais voltas que se dê, por mais que se tente adiar...acabam por acontecer.
Acho que nunca pensei muito nisto. Ou melhor: pensei, mas achei que este dia ainda estaria longe.
Foi a noite passada - ela, a minha miúda, dormiu fora de casa. No campo de férias fizeram um acantonamento e este ano ela também quis dormir com os restantes amigos.
Tomaram banho, fizeram pizzas para o jantar. Houve karaoke e filmes até tarde.
Levou colchão e saco de cama e dormiram numa sala grande, sempre em festa.
Ligou-me do telemóvel de uma das monitoras às 11 da noite - eu, morta de sono, ela, elétrica, a dizer que estava a adorar. Nem senti na voz dela ponta de saudades de casa tal era a excitação.
O mano estranhou ela não estar, principalmente porque partilham os dois o mesmo quarto, e as rotinas de final de dia - e foi muito esquisito não ter os dois cá em casa.
A verdade é que já passei muitas noites longe dela - e deles. Nas urgências (quando ela tinha 12 meses tive de voltar a fazer noites...), em congressos e cursos. Mas sabia que estavam com o pai. Desta vez foi diferente, porque foi aquela sensação de que não conseguimos parar o tempo e eles estão mesmo a crescer.
Hoje fomos buscá-la e a primeira coisa que diz foi que adorou. Que quer repetir a experiência mais vezes.
Eu, que passei uma noite péssima, sempre a acordar, com a sensação que algo não estava bem, tenho de me mentalizar que daqui a nada tenho uma adolescente em casa e que a vida é mesmo assim.
Sim, sou mãe e sofro da angústia da separação.
(adoro vê-la crescer e fico feliz por ela, mas sou uma daquelas mães-galinha MESMO galinha ;) )