Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Irmãos

Avatar do autor , 12.04.19

 

Captura de ecrã 2019-04-12, às 11.04.31.png

Isto dos irmãos tem que se lhe diga.

Eu sou mais velha 6 anos que o meu e sempre tive um instinto muito “mana mais velha”, mais protetor. Não me lembro de nos termos zangado nem nada do género durante a nossa infância.

 

Já estes dois alternam entre serem os melhores amigos de sempre e entrarem em conflito ao nível da Guerra do Golfo. Ela está em modo pré-adolescente e nunca se sabe bem como vai reagir, ele adora lançar a confusão. Mas em caso de necessidade unem-se e lutam pelo mesmo como se disso dependesse a sobrevivência do planeta.

 

Basicamente estão a crescer, já não há problemas de sonos e fraldas, mas outras coisas vão surgindo. Diz que a maternidade é para a vida e não parece que fique mais fácil.

Coisas de irmãos

Avatar do autor , 23.08.18

Captura de ecrã 2018-08-23, às 09.09.08.png

 

Se fosse fazer uma estimativa, diria que durante o dia estão cerca de 30% do tempo a brincar em sintonia, felizes e contentes, como sonhamos no nosso ideal de parentalidade.

Nos outros 70%?

Aquele velho desporto de implicar com o irmão é o preferido. Ele arrelia a irmã, ela espicaça-o e ambos querem levar a deles avante.

E se há momentos em que eu penso que está tudo como deveria de estar, muitas vezes dou por mim a sonhar com um retiro espiritual no Bali para escapar de árbitro das mil e uma discussões e ter efetivamente férias.

 

(e por aí, tudo bem?)

 

Podem seguir-nos nos instagram, aqui.

 

 

 

 

5 coisas que se aprendem à medida que os filhos crescem

Avatar do autor , 07.06.18

JLI_SofiaSerrano-1222.jpg

Foto- João Lima, para a ACTIVA

 

1. Que as mães têm uma saúde de ferro, caso contrário cada vez que aparece o número da escola dos miúdos no ecrã do telemóvel teríamos um enfarte, de tão rápido que bate o nosso coração. Para além disso, estaremos capazes de participar num qualquer campeonato mundial de apneia, visto que sustemos a respiração desde o momento em que o telefone toca até nos certificarmos que está tudo bem com as nossas crias - e que, afinal, era só para avisarem que a professora de teatro ia faltar.

(Aquele "está tudo bem!" ao início não resulta, só descansamos mesmo no final da conversa!)

 

2. Que aquela história de existirem crianças sempre bonitas e arranjadinhas é um mito - e que mesmos nos dias importantes, com roupa de festa vestida e com mil recomendações ("Vê lá não te sujes!"), ao fim de 5 minutos há relva nas calças e nódoas no vestido. (também aprendemos que é sempre boa ideia ter uma muda de roupa na mala do carro!)

 

3. Que com crianças é impossível fazer planos. Ou melhor, podemos planear viagens, férias, passeios ou meramente um simples almoço, mas à última da hora há sempre um imprevisto, e é preciso improvisar uma solução - como acampar na sala quando o filho fica cheio de febre e com uma amigdalite daquelas no momento em que estavamos a carregar o carro e preparados para sair para umas férias no parque de campismo.

 

As mães não têm férias

Avatar do autor , 29.03.18

Captura de ecrã 2018-03-29, às 09.50.46.png

 

Factos das manhãs de férias: não são manhãs de férias. 

 

O miúdo acorda e chama pela mãe - só para perguntar se pode ir à casa de banho. Voltamos para a cama. Chama pela mãe novamente - quer saber se pode ir ver TV (podes!).

Volto para a cama porque ainda nem são 8:00 (miúda felizmente ainda dorme, a pré-adolescencia afinal tem coisas boas).

 

Miúdo chama outra vez porque tem fome. Mãe vai preparar pequeno almoço. E volta para a cama na esperança de dormir mais um bocadinho...mas depois miúda acorda e tudo recomeça.

 

Já devia saber: mães não têm férias.

 

 

 

Confissões de uma médica #19: as prioridades dos médicos

Avatar do autor , 16.01.18

stethescope.jpg

 

 

Quando fazemos o juramento de Hipócrates, declaramos  "A saúde do meu doente será a minha primeira preocupação". Juramos com emoção neste momento que marca o início do nosso percurso como médicos, e acreditamos que nada nos vai fazer desviar deste caminho.

Mas a medicina não é nada linear e muito menos o trabalho dos médicos.

 

Todos os dias, lutamos para que a marcante frase seja verdade, tentando contornar escassos recursos nos hospitais, falta de pessoal, falhas nos programas informáticos, exaustão.

 

Tentamos que esta frase seja verdade mesmo quando nos exigem que realizemos consultas em 5 minutos.

 

Tentamos que seja verdade quando não paramos para almoçar para evitar que o tempo de espera aumente - e já nem o croquete ou a empada nos mata a fome num intervalo às quatro da tarde, porque o governo achou prioritário proibir a venda deste tipo de alimentos no serviço nacional de saúde, ao invés de promover a venda de alimentos saudaveis ou mesmo - na loucura! - de contratar mais pessoal para conseguirmos manter o SNS a funcionar e conseguirmos todos ter tempo para uma refeição saudável e completa a horas decentes.

 

 

 

 

A corrida das mães!

Avatar do autor , 25.04.17

Dia da Mãe (44).JPG

 

Os dias são uma constante corrida. E a classificação das mães é, quase sempre, esta:

- As mães são sempre as primeiras a ouvir a tosse do filho durante a noite, ou o choro por ter perdido a chucha ou por ter tido um pesadelo.

São as primeiras a chegar juntos dos filhos quando começam a ter febre.

São as primeiras a levantarem-se de manhã, porque mesmo que os filhos já tenham acordado, precisam sempre da ajuda da mãe para ir à casa de banho, vestir-se ou ligar a televisão.

- As mães são sempre as últimas a ficar prontas de manhã - porque primeiro preparam as mochilas dos filhos, ajudam-nos a lavar a cara, os dentes, a pentear-se, fazem o pequeno almoço, ajudam a vestir, resolvem birras matinais e só depois, nuns míseros cinco minutos porque já não há tempo para mais, ficam prontas para sair para o trabalho.

- As mães são sempre as primeiras a saber que o seu filho está a ficar doente, porque mesmo que ainda não tenha febre nem tosse, há alguma coisa que lhe diz que há algo errado.

- As mães são sempre as últimas a terminar uma refeição - porque durante a mesma, serviram os filhos, ajudaram a comer a sopa, cortaram a carne, ajudaram a terminar os legumes e ainda descascaram a fruta.

E só depois conseguiram avançar para o seu prato e terminar a refeição, com a comida já fria, claro.

 

Dia das profissões na escola do miúdo

Avatar do autor , 20.04.17

18049594_1817931128533962_12722094_o.jpg

 

O mais pequeno está a falar sobre as profissões na escola. Os pais foram convidados a dar a conhecer a sua profissão, e hoje foi a minha vez de lá ir explicar o que era isto de ser médica obstetra.

Ele ajudou-me a preparar a apresentação em casa. Escolhemos umas imagens para explicar a todos os meninos este mundo dos "bebés na barriga" , e ele quis levar uma bola para os amigos perceberem que o pequeno bebé-feijão cresce até um tamanho considerável, mais ainda se forem gémeos! 

Também lhes expliquei que os bebés estavam dentro de "água" (o líquido amniótico) e que "comiam" e "respiravam" pelo cordão umbilical. Depois, brincamos aos médicos obstetras e grávidas :) e todos aprenderam a explicar às futuras mães o que podem comer, a pesá-las e a apontar os números no livro da Grávida.

Experimentaram fazer ecografias e perceberam como nascem os bebés e o que é preciso que o médico faça quando os está a ajudar a nascer.

 

Sobre o tempo que passa depressa demais (e não volta para trás)

Avatar do autor , 03.04.17

DSC_0433.JPG

 

Ora bem, sou só eu que tenho a sensação de que o tempo está a passar a uma velocidade vertiginosa?

Ainda ontem era Natal e já estamos em abril?

A verdade é que entre consultas, cirurgias, levar e buscar miúdos à escola, atividades, aproveitar dias bons, os dias e as semanas desaparecem num ápice.

Muitas vezes tento desacelerar: só aquele momento de fechar os olhos e respirar. Mas a verdade é que são poucos segundos, porque pouco depois há outra consulta para fazer ou um miúdo a chamar pela mãe, um telefonema para responder ou um compromisso inadiável.

Dou por mim, muitas vezes, a pensar como seria um mundo com calma. Sem horários nem tarefas obrigatórias. Com tempo. Tempo para tudo: para acordar, para fazer um pequenos almoço e comer com calma, em família. Tempo para aprender nas escola, sem metas curriculares nem pressão, a conversar tranquilamente sobre temas interessantes. Tempo para os pais estarem com os filhos. Tempo para os miúdos brincarem sem pressas. Tempo para não fazermos nada e só ficarmos a sentir o quente do sol na pele e a brisa a soprar no cabelo. Tempo para adormecer com os dois no colo, no sofá, depois de uma história daquelas grandes, que lemos durante vários dias, mas que nunca nos apetece parar.

Já tentei mil e uma maneiras para ter mais tempo, mas sinto que ele me escapa por entre os dedos. Sinto que a vida passa depressa demais. Tenho a sensação de estarmos neste carrossel colorido, que tomou balanço e anda cada vez mais depressa.

 

 

 

 

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.