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Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Coisas simples (o melhor do meu dia)

Avatar do autor , 08.11.13

Ir num instante ao hipermercado antes dos banhos e jantares com os miúdos comprar uma prenda pode revelar-se um verdadeiro desafio. Mas eu gosto de descomplicar, e por isso miúdo mais pequeno ao colo, miúda grande pela mão e vá de entrar numa grande superfície comercial atafulhado de gente para escolher um brinquedo. Missão cumprida e prontos para pagar. Miúdo pequeno em grande agitação, a querer sair do colo para ir correr pelos corredores cheios de coisas óptimas para mandar para o chão. Fila da caixa prioritária carregadinha de gente não prioritária. Lá nos pomos na fila. E esperamos a vez, que nos dias que correm ninguém faz nada por ninguém - nada de ceder prioridade que cada um tem as suas.  Depois lembro-me que é preciso embrulhar a prenda, e como já estamos a entrar em época natalícia, entramos no regime do-it-yourself. Basicamente pus-me a planear mentalmente como é que ia embrulhar uma caixa só com uma mão (para que o mais pequeno não me desaparecesse da vista se o pousasse no chão), mantendo a maior debaixo de olho. Valham-me os skills cirúrgicos e o treino enquanto interna das duas mãos (depois conto mais sobre isto). Portanto lá me desenrasquei com a parte do rasgar o papel, mas o embrulho em si estava a ser complicado.
Esta história toda só para dizer que afinal ainda há pessoas boas. Que reparam no mundo à sua volta, em vez de pensarem só no seu próprio umbigo e que fazem a diferença. Uma senhora muito simpática, perante a minha ginástica para completar aquela tarefa veio imediatamente oferecer-se para me ajudar. Sorriu. Embrulhou-nos o presente com a maior das simpatias. Fez um lacinho bonito. E depois despediu-se e lá foi à sua vida das compras.
O melhor do dia: "Vês mãe (diz a M.), que sorte que encontramos esta senhora tão simpática para nos ajudar!Fiquei tão feliz!"

Obrigada, senhora simpática que estava no Continente.
Pequenas coisas fazem outros muito felizes.


Feito com amor

Avatar do autor , 08.11.13

Amor foi o ingrediente principal.
Um bolo especial para uma pessoal especial.
Pão de ló, recheio de chocolate branco e frutos silvestres e cobertura de chantilly (fez as delícias de todos!). 
(e preparei outros mimos gastronómicos para me redimir dos últimos meses em que por causa do estudo para o exame andávamos praticamente a comida congelada pré-feita)









Ainda em modo mini-saia (o melhor do meu dia)

Avatar do autor , 07.11.13

Foi ontem. 
Arranjei-me mais que o habitual, vesti uma saia, ouvi piropos, senti-me bem.
Mas o melhor momento do dia foi mesmo em casa - jantar a fazer e antes das correrias dos banhos-veste-come-xixi-cama, parei 5 minutos. 
Só 5 minutos. 
Eles brincavam na sala. 
O R. ainda não tinha chegado do trabalho. 
Pus o CD da Norah Jones e abri uma garrafa de vinho branco. 
Estive 5 minutos a ouvir a música e a saborear meio copo de vinho. 
E soube bem.

Vestir mini-saia

Avatar do autor , 06.11.13

Já todas sabemos que depois de sermos mães a vida dá uma volta de 180º. Se antes vivíamos uma vida com alguma responsabilidade, mas descomplicada, com tempo para decidir ir ao cinema 10 minutos antes da sessão, ou aproveitar a promoção de última hora para passar duas semanas em Punta Cana, depois dos filhos tudo muda.
Se me puser a pensar bem, fui ao cinema umas 3 vezes depois da minha filha nascer. E acho que saí mais 2 ou 3 vezes à noite para ir a um concerto ou ao teatro. Basicamente, o mundo passou a girar à volta deles - e quando comecei a querer equilibrar os pratos na balança, que é como quem diz, voltar a ter algum tempo para mim, algum tempo para estar com o R. como qualquer casal precisa, decidimos ter o 2º filho. E entre gravidez e os primeiros tempos de vida do P. voltamos ao mesmo filme de deixar para segundo plano o "nós".
E estou a precisar de ter mais um bocadinho de tempo para mim. Porque os miúdos são o mais importante da minha vida e adoro passar tempo com eles, mas também preciso de me sentir bem comigo própria. Preciso de voltar ao exercício físico, de namorar mais. 
Ontem à noite pus-me a olhar para o armário da roupa e reparei numa série de saias e vestidos que raramente uso. E porque é que as deixei de usar? Não faço ideia. Por isso, hoje fui trabalhar de saia. E fui buscar o BB cream e a maquilhagem. E dei um jeitinho ao cabelo (mais que o habitual). Mesmo com a confusão matinal.
E passei o dia a ouvir "estás gira!", que é uma coisa que faz extremamente bem ao ego (em particular ao meu, que andei os últimos meses com umas olheiras desgraçadas do modo-estudo-trabalho e sem vontade de pensar sequer no que estava a vestir).
Por isso, parece que o segredo para continuarmos a ser mulheres, para além de mães, passa por termos um bocadinho de tempo para nós. E já agora, vestirmos saia.



Castanhas (o melhor do meu dia)

Avatar do autor , 05.11.13

Dia de trabalho.  Dia no hospital, entre reuniões, ecografias e consultas. No ar, aquele tempo cinzento, que começa a trazer uma pontinha de frio e se vai entranhando até mesmo no sol do sul.
Soube-me bem sair e ter à porta do Hospital o vendedor de castanhas. Tenho saudades dos cartuchos com papel de jornal, estes pacotes não têm de perto nem de longe a mística de comer castanhas a saber a lista telefónica. Mas o aroma revitaliza. E o quentinho das castanhas consola. Queria comer uma dúzia, mas comi duas e guardei as restantes. E pus-me a caminho das escolas dos miúdos para os surpreender com castanhas assadas.



O carro tem agora, para além de pacotes de leite vazios e migalhas de bolachas, um cheirinho a castanhas. O cheirinho do Outono.

O melhor do meu dia

Avatar do autor , 04.11.13

Acabou o stress e a correria dos últimos meses. 
Agora, preciso de tempo para respirar fundo, para me encontrar, para aproveitar cada instante da vida.
Às vezes basta fechar os olhos e ouvir o vento.
Ou ficar a olhar para eles, admirar o sorriso ou como cresceram.
E é bom pensar no que passou em cada dia e guardar as boas recordações para sempre - na memória e no coração.
Por isso, junto-me à Catarina neste exercício que é pensar nos bons momentos do dia para adormecer com um sorriso.
Podem saber mais aqui.


(hoje, o melhor momento do dia foi mesmo conseguir assegurar que esta semana passo o dia de anos do R. em casa com ele e com os miúdos e que outras mãos ajudam os bebés a nascer nesse dia feliz)

Bruxas à solta (cá em casa!)

Avatar do autor , 03.11.13

Nada melhor que aproveitar o Halloween e comemorar não só o dia das bruxas, mas também o final da especialidade. Isto de se andar à estudar há largos meses limitou muito os jantares e festas cá em casa. Portanto, agora é altura de aproveitar!
Tema da festa: Halloween (apesar de ter sido uns dias depois). Miúdos e graúdos em modo assustador (uns mais mascarados que outros). Bruxinhas queridas, decoração feita em família, muitos doces assustadores. Os mais pequenos da festa, incluindo o P., ainda não acham muita piada a máscaras, mas alinham na brincadeira e querem provar tudo (doces, em particular). 
Em suma, bons momentos entre amigos - as coisas boas da vida.







Decoração M&M que é como quem diz mãe e filha. A tarte maravilhosa é de uma amiga muito especial ( e confirma-se que estava deliciosa!).


Os assustadores cá de casa (falta o pai, vestido de Conde Drácula!).

O meu ajudante a ajudar a destruir a mesa de apoio (mas sempre com o seu charme e um sorriso malandro).


O caldeirão da bruxa (invenção do Conde Drácula) que serviu para as cervejas ficarem fresquinhas.


Há dias assim

Avatar do autor , 01.11.13

A minha mãe diz que é do signo. 
Peixes. (as mães costumam ter razão)
E o problema parece que é serem dois: um que nada para um lado, outro que nada em sentido oposto. A dualidade é uma coisa muito presente no mundo, na vida. Na minha vida. 
E uns dias dou por mim a pensar e a ter quase a certeza que gostava de ser mãe a tempo inteiro, aproveitar o máximo do tempo com os miúdos, levá-los a conhecer lugares, pessoas, sabores. Ter o meu tempo para eles. E para mim. E isto geralmente acontece na sequência de uma semana de trabalho terrível, na saída de uma urgência em que fisicamente estou ko ou sempre que vejo as notícias sobre o estado da saúde em portugal e o potencial plano para liquidar o serviço nacional de saúde - claramente em marcha. Há dias destes, em que estou desanimada com a profissão que eu amo e que acho que era bem mais feliz na outra profissão de ser só mãe. (mas dava jeito neste meu plano ganhar o euromilhões)
E depois há aqueles dias em que acordo cheia de energia e com a sensação de ter super-poderes. Que consigo conciliar tudo o que queria e quase parece que o dia estica. Nesses dias, vejo-me a ser ginecologista e obstetra para o resto da vida. E mãe, uma boa mãe, uma mãe presente, que apesar de passar mais de 40 horas no hospital ainda arranja tempo para levar e buscar os miúdos, ir com eles ao parque, assistir aos espectáculos de natal e fim de ano lectivo, brincar com eles mais de 10 minutos por dia e ler-lhes uma história à noite. E a trabalhar e ter ideias e projectos para marcar a diferença e ajudar a melhorar - os hospitais, a saúde das populações.
No fundo, os meus dois peixes, que nadam em direcções opostas, acabam por querer chegar ao mesmo fim: aquele em que me sinto uma pessoa plena, realizada e feliz comigo e com o mundo. E esse caminho não é fácil de encontrar todos os dias.



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