Em países como o Reino Unido, o trabalho de parto e parto na água são uma opção quer em meio hospitalar quer em meio comunitário (partos no domicílio).
O parto na água pode ser oferecido a mulheres com uma história obstétrica normal e com um trabalho de parto espontâneo, a termo, sem factores de risco.
Têm sido realizados trabalhos de investigação para avaliar segurança e eficácia do parto na água, ainda inconclusivos.
Os benefícios potenciais do parto na água são:
- ambiente tranquilo e relaxante (opção da mulher)
- menor necessidade de analgesia farmacológica
- trabalho de parto mais rápido
- mobilização mais fácil da mãe, que pode adoptar mais facilmente posições mais confortáveis para o parto
- melhora o fluxo uterino, e parece reduzir a necessidade de intervenção (partos com fórceps ou ventosas, cesariana...)
As desvantagens/riscos:
- atraso no reconhecimento de intervenções emergentes
- aumento da incidência da hemorragia pós-parto
- aumento das infecções materna e fetais
Para se realizar um parto na água, devem-se seguir algumas orientações importantes:
- a entrada na água deve ser sempre por escolha da mulher, na altura em que se sente confortável;
- o trabalho de parto não deve ser pré-termo (antes das 37 semanas) ou pós-termo (depois das 41)e o bebé deve estar cefálico (de cabeça);
- à entrada deve ser realizado um CTG, que deve ser tranquilizador e a observação materna deve ser normal;
- o casal deve ser informado que perante qualquer complicação/suspeita de complicação, têm de sair da piscina e que devem sempre seguir as indicações das parteiras e médicos;
- a temperatura da água deve estar à mesma temperatura do corpo da mãe;
- a mãe deve ter água de forma a ficar com o abdómen imerso;
- o bebé deve ser trazido imediatamente à superfície assim que nasce.
A experiência das mães que têm partos na água parece ser única e muito especial, por todo o contexto e tranquilidade adjacente. No entanto, continua a ser necessário informar os casais que não há evidência suficiente para garantir a total segurança do parto na água, visto os estudos nesta matéria ainda não serem conclusivos.
Em Portugal, o único hospital público que faz partos na água é o Hospital de São Bernardo, em Setúbal. O primeiro nascimento dentro de água aconteceu há quatro anos e, desde aí, o hospital faz, em média, dois a três por mês. O hospital de Setúbal conta no total com 135 imersões em água durante o trabalho de parto. Segundo os responsáveis pela instituição, o número de grávidas a procurar o serviço tem vindo a aumentar.