Lembram-se do Workshop do Clube Aptababy, em que participei com a Tânia Ribas de Oliveira e com a Margarida, dietista do Clube Aptababy? Foi uma tarde fantástica, em que respondemos a muitas perguntas de mães, pais, avós e amigos, interessados em saber mais sobre nutrição infantil e dar o melhor às suas crianças.
Para quem não teve oportunidade de assistir, deixo aqui alguns pontos fundamentais:
1. Foi feito um estudo a nível nacional, que mostrou que 1 em cada 3 crianças até aos 3 anos tem excesso de peso. Isto é preocupante. Mais ainda quando nos apercebemos que estamos a dar aos nossos filhos excesso de proteínas, e que este excesso é um dos principais factores a contribuir para a obesidade futura.
2. O excesso de proteínas surge muito à custa de excesso de leite de vaca. Conversámos sobre este assunto e apercebi-me que não devemos dar mais do que um iogurte por dia aos nossos filhos, até aos 3 anos ( eu que achava que eles podiam comer iogurtes à vontade!). E que devem beber um leite adaptado às suas necessidades, porque os nossos filhos não são mini-adultos e têm necessidades específicas. Os leites de transição têm menos proteínas que os de vaca e outros nutrientes essenciais para o crescimento, como o ferro, devendo ser a opção até aos 3 anos.
3. Falámos sobre a importância da alimentação saudável na gravidez - porque é logo na barriga que se determina a saúde do nosso filho. Ter uma alimentação equilibrada e variada, aumentando de peso entre 9 e 12 kgs (a grávida não deve comer por dois!), evitar álcool e tabaco, e moderar o consumo de cafeína são factores fundamentais para termos bebés saudáveis. É logo aqui que começa a janela de oportunidade para melhorarmos a saúde deles e criarmos futuros adultos saudáveis.
4. A amamentação exclusiva até aos 6 meses de vida é o melhor para o nosso bebé, pois o leite materno tem tudo o que eles necessitam (para além de reforçar o vínculo mãe-bebé e nos ajudar a perder peso!). Se possível, a amamentação deve ser prolongada até aos 2 anos, sendo que a partir dos 6 meses é importante a diversificação alimentar.
5. Uma das questões que mais surgiu foi: começar pela papa ou pela sopa? Curiosamente a minha filha começou pela papa e o pequeno pela sopa. E ela gosta muito mais de doces do que ele, que adora legumes. Parece que os bebés já vêm "programados" para gostar de doce, e que o sabor mais amargo (como da sopa) deve ser aprendido - e cada vez mais pediatras indicam começar pela sopa para os educar neste aspecto. Na verdade, não há uma resposta certa a esta questão - o pediatra indicará qual o início mais adequado a cada bebé.
6. Muitas mães e pais perguntaram quais as opções adequadas para os lanches dos bebés. A papa, iogurte, fruta e leite podem ser opções válidas, bem como o pão, a partir de uma certa idade. Não nos devemos esquecer que o pão tem glúten e não deve nunca ser dado antes dos 6 meses, para além de ter uma grande quantidade de sal. Reforcámos a ideia que no primeiro ano de vida não se deve adicionar sal ou açucar aos alimentos.
7. É fundamental que eles comam às refeições a sopa e um prato principal com legumes e fruta. O estudo feito no nosso país mostrou que não nos esquecemos de dar sopa aos nossos filhos, mas que não lhes damos legumes no prato - e são muito importantes. Também não devemos abusar nas quantidades: mais uma vez, tem de comer quantidades adaptadas ao seu tamanho e não um prato idêntico aos adultos. 8. Há comidas adequadas a bebés (daquelas já preparadas) que são perfeitamente seguras, controladas e equilibradas nutricionalmente, podendo ser uma boa opção para a alimentação dos nossos filhos - um receio de muitas mães, que desmistificámos.
E quando nos apercebemos, já tinha passado 1 hora! E, infelizmente, ainda ficaram muitas perguntas por responder, mas foi uma conversa extremamente enriquecedora para todos, e aposto que aprendemos todos muito.
Não há nada melhor que os ver crescer saudáveis e felizes :)
(e fiquem atentas, porque dentro em breve trago mais novidades relacionadas com Nutrição Infantil!)