A infertilidade (essa coisa que assusta)
, 23.07.13
O passo seguinte naquele percurso de crescer-estudar-trabalhar-casar.
Quando somos novos não pensamos muito nisso, encaramos como um evento natural que vai surgir mais cedo ou mais tarde na vida.
E depois do curso, queremos um trabalho estável, um sítio para viver, progredir na carreira. Deixamos os filhos lá mais "para a frente", quando a altura for ideal.
E depois, quando parece que surgiu o momento ideal, passa um mês, 2 meses, 1 ano, dois anos...e o tão desejado filho não chega. Começa a ansiedade. A incompreensão. A dúvida. O "porquê nós"? E nem sempre é fácil para o casal admitir que precisa de ajuda para perceber o que se passa.
Na verdade, a fertilidade feminina começa a diminuir a partir dos 30 anos, e mais marcadamente a partir dos 35. E apesar de historicamente a mulher ser "a culpada" do casal não conseguir ter filhos, sabemos que na sociedade actual, factor feminino e masculino contribuem de forma muito idêntica para o número de casais inférteis a nível mundial - estima-se que no mundo ocidental ronde os 15%.
Quando não se consegue uma gravidez e se recorre a ajuda médica, embarca-se numa luta. Uma luta para perceber o que não está bem - e isso implica muitos exames, muitas angústias, mas também e acima de tudo, muita esperança de se conseguir a gravidez tão desejada. Nalguns casos é necessário tomar medicamentos para induzir a ovulação, noutros é necessário cirurgia, noutros ainda é preciso recorrer à FIV (fertilização in vitro) e outras técnicas de procriação medicamente assistida (3 a 4% das crianças que nascem na Europa são fruto destas técnicas). E é preciso tentar uma vez, duas vezes, três vezes.
É preciso coragem e é preciso uma pitada de sorte, para que tudo resulte naquele momento mágico, que é ver o 2º tracinho no teste de gravidez.