Os segredos da mente das mães
, 06.05.18
(...) Vários estudos ao longo dos anos têm demonstrado que o cérebro das mulheres e o dos homens funcionam de modo diferente. A nossa mente é única.
As hormonas influenciam de forma importante o nosso comportamento em cada dia do mês – e por isso podemos ter flutuações de humor marcadas, e diárias.
Temos mais desejo sexual cerca de dez dias após o início da menstruação e sentimo-nos ótimas. Depois, à medida que se aproxima o período seguinte, só nos apetece fi car no sofá, com uma manta, um chá quente e um bom livro. Somos intuitivas – e a nossa intuição é biológica, e não mística.
Conseguimos facilmente descodificar as necessidades dos outros, em particular dos filhos. Quantas de nós não percebem que o filho está a ficar doente só de olhar para ele? Vários investigadores explicam isto através da evolução e da seleção natural: pensa-se que as mulheres, ao longo do tempo, foram selecionadas pelas suas capacidades de perceber se os fihos precisavam de comida, calor ou conforto sem recorrer a palavras, assegurando assim a sobrevivência da espécie.
Está demonstrado que as mulheres se lembram mais facilmente das características físicas dos outros, e descodificam rapidamente as mensagens não verbais: expressões faciais, posturas, tons de voz. Também sob uma situação de stresse, as mulheres reagem de forma diferente à dos homens: nelas, o clássico "fight or flight" (o «lutar ou fugir ») é geralmente uma reação mais estratégica e menos agressiva. Mais planeada e até manipuladora. Ou seja, a evolução mostra ainda que as mulheres tiveram de aprender a desenvolver formas de evitar a agressividade, porque a sobrevivência dos seus filhos dependia de si.
A gravidez altera o nosso cérebro, e há vários estudos que demonstram que a memória, em particular, é muito afetada pela gestação. Pensa-se que estas alterações têm que ver com a preparação dos circuitos neuronais para a maternidade. Porque, na verdade, ter filhos implica grandes alterações na vida.
Mas a evolução mostra que as mulheres sempre se apoiaram umas às outras na tarefa de criar os filhos – apesar de ser cada vez menos frequente na nossa sociedade moderna, com muita tendência para vivermos isolados, num ritmo diário acelerado.
Partilhar a tarefa da maternidade com outras mães parece ser benéfico para mães e filhos, a nível físico e emocional – o tradicional provérbio "it takes a village to raise a child" (é preciso uma aldeia para criar uma criança).
Os laços entre mães e filhos são únicos, e a amamentação é uma das formas de se estabelecer uma ligação importante e ao mesmo tempo assegurar a saúde.
Amamentar parece estar relacionado com a redução de vários tipos de stresse na mulher, além de outros benefícios cientificamente comprovados, como perda de peso mais fácil ou a melhoria da imunidade no recém-nascido. Um estudo recente demonstrou que a amamentação daria ao cérebro da mãe uma sensação de bem-estar mais intenso e prazeroso do que a cocaína. (...)
As mulheres são seres únicos. Este texto está no meu novo livro. Podem ler mais no "O Livro da Mulher".
Feliz Dia da Mãe para todas as mães!
(nós no Zmar sem filtros nem make-up! Felizes!)