Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Revoluções

Avatar do autor , 25.04.14

Nasci depois da revolução dos cravos.
Sempre conheci a liberdade, o poder andar de mão dada narua, o falar abertamente e expressar a nossa opinião sobre todo e qualquerassunto. A PIDE e a censura não são do meu tempo e não consigo imaginar o nossopaís nessa altura.
Mas contam-me como era – os meus pais e amigos – e há mil eum documentários e notícias sobre o assunto. Fala-se sobre as perseguições,sobre o medo. Sobre a falta de liberdade. Um povo aprisionado no próprio país,nas próprias casas.
E acima de tudo, fala-se e escreve-se sobre a capacidadeextraordinária deste povo fazer uma revolução sem derramar sangue, semviolência. Uma revolução ao som de música inspiradora e flores, provavelmente aúnica revolução do tipo na história mundial. Um dizer “basta” de quem quer serlivre, de quem merece ser livre.
E tenho a estranha sensação que, mesmo vivendo num Portugalpós 25 de Abril, a liberdade está-se a perder pouco a pouco. Somos cada vezmenos donos das nossas próprias decisões, o nosso governo é cada vez menosnosso e mais da Troika e das potências Europeias, temos cada vez menosliberdade e vivemos cada vez mais na pobreza. Retrocedemos, nos últimos anos,décadas nos cuidados de saúde e na educação. Ganhamos cada vez menos e umaparte importante da população está desempregada e na pobreza. Ou constatamosque afinal este não é país para viver e decide-se emigrar.
Sim, a nossa única liberdade parece ser emigrar, paraprocurar uma vida melhor noutro país, que não nos viu crescer, que não suportouos nossos estudos e que não investiu em nós. Que não tem o sol e o fado. Onosso fado, a nossa alma.
A revolução dos cravos da nossa geração, sem derramento desangue e ao som da música ( dos aeroportos e comboios, e da voz do nosso primeiroministro) parece ser sair do país. À procura da liberdade.

Mas gostava de pensar que a história se repete. E que somoscapazes de recuperar a nossa liberdade, e o nosso país.


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

1 comentário

Comentar post