Não faço listas de decisões para o ano novo.
Gosto de andar com calma e tranquilidade, saborear os dias sem grandes planos.
Talvez porque a vida nos vai ensinando que cada dia é imprevisível, e que tudo pode acontecer - um dia péssimo pode-se transformar em maravilhoso, um dia que tinha tudo para ser o melhor de sempre pode subitamente tornar-se no pior.
Mas quando começam a chegar os últimos dias do ano, apetece espreitar por cima do ombro para o que passou. E 2015 foi um ano de mudanças, e por isso, não me vou esquecer dele tão rapidamente.
Foi o ano em que, depois de 10 anos a trabalhar no SNS, a dar muito (quase todo) o meu tempo ao trabalho que eu amo, resolvi tirar a bata gasta do hospital, deixar de passar noites e dias sem descansar para conseguir que nada falhasse, deixar o sítio onde fui interna (onde continuava a ser tratada como interna) e arriscar novos projectos. Abrir as asas. Dar aquele salto de coragem, sem medo, porque a sorte protege os audazes.
Foi o ano em que decidi que queria continuar sempre a amar o que fazia, e por isso decidi mudar.
Foi o ano em que decidi que precisava de mais tempo para mim, para os meus filhos para a minha família para podermos, todos juntos, ser felizes - e aproveitar a vida, que passa num instante. Em que decidi que precisava, efectivamente, de ser mãe, e não só alguém que os vai levar e buscar à escola, sem tempo para brincar, conversar, cozinhar, ler ou andar de bicicleta na rua.
Foi o ano em que o blog continuou a crescer, ficou mais forte, tornou-se parte integrante da minha vida, aqueceu-me a alma e o coração por me levar a tantas pessoas e as trazer até mim, nesta teia virtual que é a internet.
O ano em que acreditei que um sonho se pode realizar - que se vai realizar, em breve (uma das surpresas para 2016!)
Foi o ano em que levamos os miúdos a acampar, em que fomos à neve, conhecemos o Mickey na Disneyland Paris e viajamos por Portugal em sítios maravilhosos.
Foi o ano em que o meu querido mano mais novo descobriu a CR7, a galáxia mais longínqua e me deixou orgulhosa (e está nomeado para personalidade do ano, a votos aqui).
O ano em que voltamos a descobrir que brincar na rua e conhecer os vizinhos é o melhor do mundo, que comer saudável, escolher alimentos biológicos e não processados ajuda-nos a ser mais saudáveis, que termos tempo para parar e apreciar a vida torna-nos mais felizes.
2015 foi um ano em cheio.
E apesar de não fazer planos nem listas de resoluções para o ano que aí vem, acredito que 2016 vai estar recheado de coisas boas. Basta querermos ser felizes, e fazermos as escolhas certas.
Que 2016 seja o melhor de sempre.
Foto: Pau Storch