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Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Café, Canela & Chocolate

O site da autora Sofia Serrano. Conversas de uma mãe, que é médica Ginecologista/Obstetra e adora escrever. Com sabor a chocolate.

Só para avisar que hoje recebi uma caneta, senhores do fisco

Avatar do autor , 14.03.13

Parece que agora tudo o que recebemos (nós, médicos) dos senhores da indústria farmacêutica tem de ser declarado. 
E este "tudo" não significa viagens a sítios paradisíacos, almoços 5 estrelas, um programa de tratamento corporal completo num spa, um frigorífico ou um microondas.
Nem um BMW ou um iPad. Estamos em crise, certo?
Os ditos "bens avaliáveis em dinheiro", como os senhores do Infarmed lhe chamam, são canetas, post-its, réguas ou marcadores.
Pois.
Porque eu posso coleccioná-los e quando atingir os mil, ir vendê-los para a Praça de Espanha.
E ganhar bem mais que o maravilhoso ordenado de médico.


E sim, hoje ofereceram-me uma caneta, mas não contem nada a ninguém.(espreitem mais aqui)

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Dança do Sol (ou a renovação)

Avatar do autor , 07.03.13

Que toda a gente está farta de chuva, já todos sabemos.
E para não ficarmos como na crise (toda a gente sabe que existe, mas poucos fazem algo para sairmos dela), o melhor é pormos mão à obra.
E parece que a Dança do Sol pode ser a solução (para a chuva e para a crise, curiosamente).
É uma prática proveniente dos Índios da América do Norte. A cerimónia tradicional é realizada durante a lua cheia mais próxima do solstício de Verão - os índios acampam em círculo em volta de uma árvore de algodão e constroem um pavilhão central de dança do sol. Dura 16 dias e é um período de renovação, cura, purificação e oração. O objectivo da Dança do Sol é a renovação do seu povo e do seu Mundo.
Claro que teremos de fazer algumas adaptações (principalmente porque ainda estamos longe do solstício de verão e não sei se terão árvores de algodão aí por perto, para além de que a prática original envolve outros ritos potencialmente dolorosos) mas decerto o Sol compreenderá. Talvez umas danças na praia resultem.
E precisamos de renovação. De sol e de um novo mundo.


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Filosofias de vida: viver sem dinheiro

Avatar do autor , 23.02.13

Não é novidade que a culpa da crise é do dinheiro.
Provavelmente sem dinheiro continuaríamos a trocar serviços - e por exemplo, os médicos continuariam a ir a casa dos doentes, trocar os cuidados médicos por galinhas, legumes, roupa. 
E talvez até fossemos mais felizes. 

Em plena Europa do século XXI, na Europa consumista, há quem opte por viver sem dinheiro. 
Não por terem ficado sem ele. 
Mas como filosofia de vida. 
Como forma de protesto, para chamarem a atenção para esta nossa sociedade, excessivamente consumista. 
Porque somos, nós, consumidores, que sustentamos este tipo de sociedade em que vivemos, e que está em colapso.
Raphael Fellmer, de 29 anos, a sua mulher e a filha de 18 meses vivem em Berlin, de uma forma em que o dinheiro é dispensável. Trocam trabalho por alojamento e alimentação. 
Incentivam trocas de bens e alimentos. 
Quando a mulher esteve grávida, tratavam do jardim do obstetra em troca das consultas de vigilância. E assim por diante.
O que é facto é que estamos perante uma altura de mudança.
E é preciso encontrar soluções.
Podem ler mais aqui.

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Fight ou Flight

Avatar do autor , 18.02.13

Cada dia que passa fico mais desiludida e acima de tudo, enervada com o que se passa no nosso país.
E na área da saúde, aquela que me diz directamente respeito, aumentaram-se taxas moderadoras e tem-se vindo a diminuir tudo o resto : ordenados, qualidade, material, medicamentos. Trabalhar começa a ser difícil. Não há x, falta y, z já deixou de existir há muito tempo e ninguém sabe quando vai voltar a haver.

O nosso organismo reage ao perigo com a libertação de catecolaminas - e a resposta pode ser lutar ou fugir.
Fight ou flight.
Está na hora de reagirmos.
Ou vamos à luta ou está na altura de emigrarmos.

Mas bolas, que este é um belo País.


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A sério

Avatar do autor , 27.12.12

E depois do Natal, dos doces, das crianças felizes, das prendas, e da fartura de comida, volta-se ao trabalho.
E sim, eu adoro o meu trabalho.
Mas isto da austeridade começa a ser a sério.
E não há tinteiros para as impressoras, papel, luvas, gel e um sei-lá-quantas coisas.
Isto assusta-me um bocadinho. E parece que a tendência é mesmo para piorar.
Não, isto não é suposto ser um post desmoralizante.
Mas o mundo como o conhecíamos vai ficar progressivamente diferente.
Vamos ter mesmo de mudar. De nos adaptar.
Mas como sempre vamos sobreviver. Espero.

Acredito nisto, porque a minha avó me garantiu que há muitos anos atrás, as pessoas viviam com pouco, mas iam conseguindo ser felizes.E a minha avó sabe muitas coisas.


(foto: Google imagens)

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E afinal o Mundo não acabou (parece)

Avatar do autor , 22.12.12

E afinal o Mundo não acabou.
Ou então acabou e ninguém deu por nada.
Andamos todos tão imersos em crise, desemprego, austeridade, que nem nos apercebemos bem do que se passa à nossa volta. Ou passamos os dias a tentar comprar prendas de Natal e coisas que não precisamos, engrossando filas e filas nos Centros Comerciais, só para dizer que afinal este ano também conseguimos comprar tudo o que queríamos, mesmo sem subsídios, porque com mais um empréstimo do banco (que não vamos conseguir pagar nunca), tudo se vai resolvendo.
Se calhar o mundo acabou e não demos mesmo por nada. 
Como no final do Lost.
Se este mundo acabou, gostava que o novo mundo onde vivemos fosse melhor. Houvesse mais paz, mais amor. Menos consumismo. Menos desigualdade.Que as pessoas se preocupassem mais com as pessoas e menos com o dinheiro. Que ficassem felizes por ver um nascer do sol ou dar um mergulho no mar, ao invés de delirarem por receberem um iPad ou o último iPhone, ou três malas de marca.
Gostava que neste novo mundo, o Natal fosse mais um dia em que a família se reunia à mesa, para conversar e partilhar, sem presentes, só com a dádiva de estarem juntos e terem o privilégio de poderem viver neste nosso maravilhoso planeta que é a Terra.

(foto: Google imagens)

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Dicas para combater as constipações (e não só)

Avatar do autor , 24.11.12

Ok.Está a chover. Outra vez.Está frio.Outra vez.
Já sei, é inverno...
Conclusão : miúdos e graúdos com tosse, ranho e outras viroses.

Pensei numa lista de coisas úteis para ajudar a combater constipações e afins.
Ora vejam se ajuda.

1- Ir viver os meses de Outono e Inverno para um país tropical. Boa ideia? Tipo Brasil ou outro do hemisfério sul...
Austeridade? Pois, isso é um problema. Ok, então passar ao ponto 2.

2 - Tirar umas férias e ir para o hemisfério sul. Tipo Brasil.
Austeridade outra vez?.....Certo. Então, passar ao ponto 3.

3 - Tirar um fim-de-semana e ir para o Algarve.
Austeridade? Certo... Ah, e no Algarve há tornados. isso também pode ser um problema. Bom, passar ao ponto 4.

4 - Ficar em casa enquanto chove e está frio, com a lareira ligada, a ler um livro no sofá, tapado com o edredon.
Austeridade outra vez? Pois, é melhor não faltar ao trabalho para não perder o emprego.Talvez no fim-de-semana.Passar ao ponto 5.

5 - Comprar uns casacos quentinhos para toda a família, impermeáveis, galochas, polares e collants.
Ainda a austeridade?Estamos a ficar sem opções. Bom, ver ponto 6.

6 - Fazer um chá de limão com mel e um daqueles xaropes de cenoura com açucar.Uns lenços de papel também costuma ajudar.

7 - Ah! lembrei-me duma que talvez seja importante se nada do que já sugeri resultar : ir visitar a senhora da farmácia (se esta não estiver fechada, parece que as farmácias estão de luto) e pedir qualquer coisa para a gripe. Em caso de emergência ir à Urgência do Centro de Saúde, os médicos também parece que percebem de constipações.

(fotos: Google imagens)


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Querido Pai Natal...

Avatar do autor , 12.11.12

Este ano achei que era melhor escrever-te esta carta cedo. Para teres tempo de preparares tudo para o Natal.
É que por aqui, as coisas estão um bocadinho complicadas.
Este ano não te vou pedir um relógio novo, uma mala ou um livro. Ou um perfume. Ou prendas para os miúdos.
Este ano, queria pedir-te, se possível, que mantivesses o meu trabalho e o de outros tantos como eu, e quem sabe até, podias arranjar algumas vagas na tua oficina para um ou outro português. Somos gente trabalhadora e empreendedora (ouviste falar dos Descobrimentos?). Até houve uma altura em que o domínio do Mundo era Português - isto para perceberes o nosso potencial. 
Não cruzamos os braços, mas também não somos de grandes confusões. Por isso temos aceite de forma relativamente calma,que nos vão submetendo à vontade de outros países que agora dominam a europa e o mundo. 
Trabalhamos cada vez mais e até mais tarde,essencialmente para pagar as contas de outros, que estão descansados nas suas mansões, a deliciarem-se com refeições fartas. E para que o estado tenha cofres cheios, para os esvaziar para os tais outros países. Como vês, muito semelhante a outros tempos de que reza a história.
O problema é que os nossos filhos começam a passar fome, e muitos deles não podem continuar a frequentar as escolas onde sempre andaram. Começamos a não ter dinheiro para pagar as nossas casas e os carros. 
Confesso que podemos ter cometido uma ou outra extravagância e gasto mais do prevíamos nalgum ponto das nossas vidas, mas agora, AGORA, há famílias inteiras a passar fome, sem possibilidade de pagar a água e a luz, e a dormir ao frio. E milhares de portugueses sem trabalho e com a melhor formação, que não encontram outra solução senão partir para outros destinos. 
Porque como te disse, não somos de cruzar os braços. 
Também já tentamos apelar a quem manda mais, mas porque as cartas parecem não lá chegar, escrevo-te a ti, Pai Natal, porque me lembro de visitares a minha casa quando era pequena, e de trazeres presentes e conforto.
Por isso, se pudesses, Pai Natal, por favor permite-nos termos saúde  e trabalho, para que nunca falte a comida e o abrigo às nossas famílias. Porque do resto vamos tratar nós.



Com carinho, a tua amiga,
SS.





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