O nosso Carnaval (o de antigamente!)
, 08.02.18
(eu, em modo Capuchinho Vermelho)
Parece-me que não foi assim há tanto tempo. Foi na altura em que tudo passava mais devagar.
O Carnaval era esperado e vivido com excitação. Havia mães e avós a costurar e remodelar peças antigas para nos tornar em princesas, palhaços, capuchinhos vermelhos ou bailarinas.
Lembro-me de uma costureira que alugava os mais bonitos fatos de Carnaval, mas era muito difícil conseguirmos transformarmo-nos na tão cobiçada dama antiga ou princesa, porque só existia um modelo num tamanho - e era caro, um luxo a que nem todos se podiam dar.
Os habituais desfiles não podiam faltar. Mas havia todo um mundo de brincadeiras que o passar dos anos tem apagado - umas mais divertidas que outras.
Quem se lembra da farinha, que apanhava desprevenida muita gente? Mas ser enfarinhado ainda era o mais simpático, porque lançar ovos era um dos passatempos preferidos de muitos dos foliões. E balões de água.
O caminho de casa para a escola, que era feito a pé, tornava-se numa verdadeira corrida de obstáculos: primeiro tentava-se evitar o grupo dos enfarinhadores, depois era preciso correr até à loja mais próxima para fugir dos balões de água, e se fosse preciso tinhamos de procurar abrigo na casa de alguém para evitar ter uma gemada na cabeça. Claro que chegar impecável à escola era raro. E depois havia todo o caminho de volta.